Esses dias eu tava aqui, pensando em como cada um dos meus quase
amores e romances por aí contribuíram pra me transformar na pessoa que eu sou.
Tentando me lembrar em que ponto eu deixei de ser a menina com medo, agarrada
no ursinho, no canto do quarto. Em que momento eu me impus sobre o mundo, pra não
ter que aceitar nenhum tipo de imposição.
Aquela historinha clichê de que tudo,
no fim, vale a pena e nada é por acaso, sabe? Funciona demais! Com o tempo a
gente vai vendo...
Lembro que com um carinha eu aprendi que pessoas não são
brinquedos, senti e aprendi o peso das palavras e o estrago que elas podem
fazer na vida de alguém. Teve outro que me ensinou a ser eu, assim, do jeitinho
que eu sou. Assim, passando e derrubando tudo, com crises, paranoias e sem
maquiagem, pacote completo. Aprendi, com algum deles, a desconfiar também.
Andar olhando pro chão, ouvir lendo o olhar. Gente que passou pela minha vida
como um vento e fez eu crescer mais do que pessoas que conheço há décadas.
Quando tem que ser, é, não é? A gente se esbarra na padaria, na praia, na
balada, mas se esbarra, incrível.
E você, que foi minha sina por tantos anos,
me ensinou o que, afinal? Fiz uma lista, na hora. Logo pensei em sofrer, essa
coisa de me acomodar com a dor. Mas você foi além disso!
Pensei em ser forte,
sorrir de canto a canto, morta por dentro. Mas não era bem isso, ainda... Me
ensinou a acreditar e esperar quase nada, a ser mais paciente e menos
tolerante, só que mais que isso: Você me ensinou a ser sozinha. Injetou
desapego e essa indiferença com cara de cansaço pelas minhas veias, dia após
dia.
Me ensinou a ser só e essa, sinceramente, eu fico te devendo pro resto da
vida.
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